Clube de Regatas Flamengo(VR)

Em 1975, a única equipe profissional da cidade de Volta Redonda era o Clube Regatas Flamengo,mais conhecido como Flamengo da Vila Americana ou Flamenguinho. No mesmo ano, os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara fundiram-se. Devido à fusão dos dois Estados, a Federação Carioca de Futebol e a Federação Fluminense de Desportos também se fundiram.

Já em meados daquele ano, abriu-se a possibilidade da participação de três clubes do interior no Campeonato Carioca do ano seguinte. Assim, foi realizada uma verdadeira peregrinação nas ligas e nos clubes do estado para a escolha das equipes do interior que participariam do campeonato.

Visitou-se Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Vassouras, Valença, Campos, Itaperuna e tantas outras mais. Vale lembrar que o processo de união definitiva das duas entidades foi concluído somente em 1979.
O então Presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Sr. Guanayr de Souza Horste, tinha o sonho de ver seu time no Campeonato Carioca, representando a cidade. Ele era assessor do então prefeito, Sr. Nélson Gonçalves, e muito amigo do Sr. Eduardo Vianna, ex-presidente da "Federação Fluminense de Futebol".

Mantendo ótimo relacionamento com o dirigente, Guanayr queria transformar seu sonho em realidade. Na época, o único clube com atividade de futebol profissional na cidade de Volta Redonda era o Flamenguinho, como era carinhosamente chamado. Dessa forma, tudo parecia caminhar para a indicação do rubro-negro local, no certame.

Em outubro de 1975, o prefeito Nélson Gonçalves entrou em contato com o Sr. Otávio Pinto Guimarães, presidente da futura "Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro", propondo a melhoria no Estádio Raulino de Oliveira, onde o clube da cidade mandaria suas partidas.

A praça de esportes, construída no final da década de 40, pertencia a "Companhia Siderúrgica Nacional" (CSN) que a havia cedido, em comodato, ao "Guarani Esporte Clube". Diante da sinalização positiva da federação e com o aval da estatal revogando a cessão do Estádio, em 05 de Janeiro foram iniciadas as obras no mesmo. Os operários trabalharam 24 horas por dia até a instalação de arquibancadas tubulares, aumentando a sua capacidade de 5 mil para 25 mil pessoas.

A sede social do Flamengo, na Vila Americana, conhecida como "Castelinho", recebeu vários jogadores emprestados pelos clubes da cidade do Rio de Janeiro, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e América, que começaram a treinar sob o comando-técnico de Paulinho de Almeida e a supervisão de Flávio Costa. Porém, não faltaram pessoas influentes da cidade para indicar jogadores e as despesas começaram a aumentar.

Por outro lado, no campo político existiam dois partidos. De um lado a "ARENA", situação, e do outro o "MDB", oposição. Coincidentemente, o presidente da "ARENA" era o almirante (em plena ditadura, nada mais normal do que militares estarem ocupando todos os postos de chefia, mesmo que nada entendessem dos mesmos) Heleno de Barros Nunes, também presidente da "Confederação Brasileira de Desportos". Nos bastidores ficou acertada a participação do novo clube também no Campeonato Brasileiro. Tudo parecia caminhar bem, mas por determinação do tal militar, deveria haver a troca do nome: - "Já basta um Flamengo no mundo", teria dito o mandatário, vascaíno confesso. Numa reunião na prefeitura municipal, Guanayr Host chegou a aceitar a mudança de nome para "Clube de Regatas Volta Redonda", desde que fossem mantidas as cores preta e vermelha. Pouco depois, novas exigências da "Confederação Brasileira de Desportos" desfizeram todos os acordos anteriores.

O campeonato se aproximava, as obras no Estádio seguiam a todo vapor, mas um grande ponto de interrogação pairava no ar. No meio deste imbróglio surgiu um fato novo. Diante do impasse criado, foi aprovada na "Câmara Municipal" uma moção indicando a "Associação Atlética Comercial" como representante de Volta Redonda no campeonato estadual. Todos os jogadores, que treinavam há quinze dias na sede do "Flamengo", foram para o "Comercial". Junto com eles, as despesas de salários, alimentação, hospedagem e material esportivo. Com uma semana de treinamentos, o conselho deliberativo do "Comercial" constatou que os gastos eram incompatíveis com a receita e o patrimônio do clube.

Diante da escolha de duas equipes de Campos dos Goytacazes (Americano e Goytacaz), para participarem do "Campeonato Carioca", a "Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro" não poderia mais esperar por Volta Redonda para escolher a terceira equipe do interior. Assim, no dia 09 de Fevereiro de 1976, aconteceu uma reunião definitiva, na sede da "Federação Carioca de Futebol", para definir esta situação. Estavam presentes, a diretoria do "Flamengo", a diretoria do "Comercial", o prefeito Nélson Gonçalves, o almirante Heleno Nunes e o presidente da "Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro", Otávio Pinto Guimarães.

O encontro transcorreu em meio a muitas discussões e pouco entendimento. Foram horas de muita tensão e até ameaças de enquadramento de alguns dirigentes mais exaltados no AI-5 (o maldito "Ato Institucional nº 5", o qual aniquilava todos os direitos constitucionais daquele que "ousasse" contrariar qualquer ideologia do sistema repressivo).
Quando tudo parecia caminhar para mais um impasse, eis que, por um "milagre", surgiu um "acordo": decidiu-se pela fundação de um novo clube que viria a representar a cidade no "Campeonato Carioca", o "Volta Redonda Futebol Clube", com as cores (preto, branco e amarelo) e o distintivo inspirado no município.

Dessa forma, o "Clube de Regatas do Flamengo", viu usurpado a sua chance de representar a cidade de Volta Redonda no campeonato estadual. O Flamengo chegou a disputar o Campeonato Carioca da Terceira Divisão (atual Série C) durante a década de 90, mas logo depois passou a disputar os campeonatos amadores da "Liga de Desportos de Volta Redonda" (LDVR).

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